Nesta fase de quarentena, quando sair à rua impõe perigos para a saúde física pessoal e coletiva gerados pelo vírus COVID-19, há que refletir nas consequências mentais e psicológicas que também jogam na mesma equação.
Sózinhos e solitários em nossas casas com as poucas distrações da tecnologia, televisão ou rotinas de higiene, alimentação e limpeza, chega o fastio, o aborrecimento e até um cansaço de “nada” fazer ou “fazer sempre o mesmo”. O isolamento social implica diretamente uma solidão emocional, isto é, assumem-se mais importantes e mais persistentes aqueles pensamentos e sentimentos que só no confronto connosco próprios ganham espaço e relevância. Contrariamente, quando temos liberdade para sair, nos divertirmos com os amigos, fazer desporto, ir ao shopping fazer compras, ao restaurante e outros tantos num vaivém entre casa e trabalho, esquecemo-nos de nós ou, simplesmente, não há espaço nem tempo para nós. Isso implica uma falta de acesso à nossa autoconsciência, falta de um rumo e sentido para a vida. É mais um viver por impulsos, escolhas e decisões atuais sem reflexão sobre o futuro, o quem sou, quem quero ser, qual o sentido da minha existência, para onde caminho. Perde-se um elo fundamental que é a noção autobiográfica, a nossa identidade e integridade como indivíduo singular e único. Eis que, desta inconsistência e viver mais para o alcance do material do que para o emocional, sofremos de sintomas de ansiedade, pânico, solidão, depressão ou obsessão. Alguns encontram o escape nos opiáceos ou álcool, sexo ou diversão para exatamente não se confrontarem com a solidão e vazio que se gera quando paramos para pensar em nós e no nosso propósito existencial.
Dito isto, creio que o maior desafio da quarentena é efetivamente este confronto obrigatório e imposto de olhar para dentro de nós mesmos e refletir. Dói, aflige, desespera numa primeira experiência sobre o “eu”. Sabemos tão pouco sobre nós mesmos! Nunca, na história da humanidade, estivemos tão distantes de nós (VS maior avanço tecnológico)! Podemos dominar o saber, estudar e ter muita cultura, viajar e saber muito sobre o mundo – o exterior, mas cada vez mais sabemos menos sobre nós, a vida e os propósitos.
Haja coragem para olhar para si, descobrir-se e reconhecer-se como integrante num todo, que é a nossa família, a nossa comunidade, a nossa sociedade, o nosso país, a nossa cultura e o nosso mundo!
Porém, esta solidão e autoreflexão necessária ao nosso crescimento e autoconsciencialização pessoal, nem deve ser em excesso nem em defeito. Não refletir de todo e refletir demasiado (sem agir) são ambas nocivas! Daí que conto que este vírus seja eliminado e voltem a abrir-se as portas, o regresso à escola e ao trabalho pois o convívio social também é fundamental para o enquadramento de quem sou em confronto com o outro, na essência do homem e “animal social” íntegro e são mentalmente.
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