O vínculo materno é um tema central na psicologia e na literatura sobre desenvolvimento humano. Trata-se de um fenómeno universal na espécie humana (e, em menor escala, noutras espécies de mamíferos), ainda que a dinâmica e a evolução da relação afetiva entre mãe e filho varie de acordo com o contexto histórico, social e cultural. Na prática, o vínculo materno consiste numa ligação afetiva e emocional única e profunda que se estabelece entre uma mãe e um filho. Não implica necessariamente uma mãe biológica, mas sim uma figura materna que proporcione cuidados, segurança e proteção e com quem uma criança desenvolve uma relação afetiva de referência. Esta vigorosa conexão emocional entre uma mãe e um filho desempenha um papel vital no desenvolvimento saudável da criança, influenciando seu bem-estar emocional, social e cognitivo ao longo da vida. A vinculação afetiva materna inicia-se ainda durante a gravidez. Neste período, muitas mães começam a desenvolver um vínculo emocional com seus bebés enquanto os carregam no útero. Essa conexão pode ser fortalecida através de interações físicas, como acariciar a barriga, conversar com o bebé e sentir seus movimentos. No momento do nascimento, o vínculo materno é frequentemente intensificado. O contato imediato pele a pele entre a mãe e o recém-nascido, bem como o ato de amamentar, são experiências que promovem o fortalecimento desse vínculo. O olhar nos olhos, o toque suave e a voz amorosa da mãe são formas pelas quais a mãe se conecta com seu bebé desde o início. Ao longo dos anos, o vínculo materno manifesta-se de diversas maneiras. Desde os gestos simples do dia a dia, como alimentar, acarinhar e cuidar, até às conversas sinceras e os momentos de brincadeira compartilhados. Cada interação entre mãe e filho contribui para o estreitamento deste laço especial. Esta relação não é apenas importante para o bem-estar emocional da criança, mas também para o desenvolvimento de sua identidade e personalidade enquanto ser humano. À medida que a criança cresce, o vínculo materno continua a evoluir, adaptando-se às necessidades e desafios de cada fase da vida. Mesmo quando a criança se torna independente e segue seu próprio caminho, o amor e o apoio incondicionais da sua mãe permanecem como uma âncora que fornece suporte nos momentos menos positivos. Assim, de forma genérica, os psicólogos destacam a influência do vínculo materno nas seguintes dimensões: segurança emocional, uma vez que o vínculo materno fornece uma base de segurança emocional para a criança, permitindo-lhe explorar o mundo com confiança sabendo que tem um cuidador confiável para retornar em momentos de necessidade; desenvolvimento social e emocional, pois o vínculo materno auxilia a criança a desenvolver habilidades sociais e emocionais essenciais, como empatia, regulação emocional e capacidade de formar relações saudáveis; desenvolvimento cognitivo, tendo em conta que o envolvimento materno baseado no amor, na compreensão e no carinho propicia um melhor desempenho cognitivo, nomeadamente a nível de habilidades linguísticas, capacidades de raciocínio e destreza na resolução de problemas; saúde física, já que um vínculo materno forte está associado a melhores resultados de saúde física a longo prazo, incluindo um sistema imunológico mais capaz e menor incidência de doenças crónicas; apego seguro, sendo que um vínculo materno forte e positivo ajuda a estabelecer um apego seguro entre mãe e filho, o que é crucial para o desenvolvimento saudável dos relações interpessoais ao longo da vida e para a construção de uma autoimagem  positiva; e resiliência, pois um vínculo materno sólido fornece à criança uma base de apoio emocional que pode ajudá-la a enfrentar desafios e adversidades ao longo da vida, promovendo a sua resiliência emocional. Em suma, o vínculo materno é uma força poderosa que transcende o tempo e o espaço. É uma conexão profundamente enraizada no amor, no cuidado e na dedicação, que molda o curso da vida de uma criança e cria memórias duradouras de afeto e ternura.